O evangelho foi sequestrado pela direita, pela esquerda e por igrejas moderninhas. Um alerta para quem trocou a cruz por um palanque ideológico.

O que deveria ser o Corpo de Cristo, a noiva do Cordeiro, pura e irrepreensível, virou um ringue de luta livre entre os que acham que o evangelho depende da direita e os que acham que depende da esquerda.
De um lado, estão os fariseus modernos, que transformaram o conservadorismo em símbolo de santidade, achando que pregar moralidade é sinônimo de santificação.
Do outro, estão os revolucionários de meia tigela, que querem transformar Jesus em um guerrilheiro de justiça social, ignorando completamente a cruz, o pecado e o arrependimento.
E no meio disso tudo, a igreja verdadeira se enfraquece, perdida em brigas idiotas enquanto o mundo vai para o inferno sem resistência.
Quando a Direita Vira Evangelho
Vamos começar com os conservadores, que adoram pregar sobre "valores cristãos" enquanto vendem a alma para políticos corruptos que fingem amar a fé.
A lógica deles é simples: "se defende a família tradicional e critica o aborto, então é um homem de Deus".
Não importa se é mentiroso, ladrão ou traidor dos próprios valores. O que importa é que ele está "do nosso lado".
Engraçado, porque Jesus nunca precisou de alianças políticas para implantar Seu Reino.
Mas essa gente acredita que o cristianismo precisa de um governo favorável para sobreviver. Parece que nunca leram Atos dos Apóstolos.
O pior é que a hipocrisia corre solta. Gritam contra a corrupção dos outros, mas fazem vista grossa quando é o "ungido" do partido deles.
Pregam sobre santidade, mas vivem de mentiras, politicagem e um jogo sujo digno dos fariseus que mataram Jesus.
Defendem "Deus, pátria e família", mas esquecem que Deus não está do lado de nenhum governo humano.
Esquecem que Jesus é Rei e não precisa de politicagem para estabelecer Seu Reino.
O teólogo Francis Schaeffer alertava para o perigo do cristianismo cultural, onde a defesa de valores morais se sobrepõe à santidade genuína e ao verdadeiro discipulado.
A igreja de hoje, para ele, se tornou um reflexo da sociedade ao invés de ser a luz que transforma a cultura.
A verdade é que muitos desses "cristãos conservadores" não querem uma igreja santa, querem uma igreja domesticada, que faça barulho quando convém e se cale quando não interessa.
Querem um evangelho que condene os pecados dos outros, mas que seja generoso com os seus próprios pecados.
E o pior de tudo: transformaram a fé em uma bandeira política, esquecendo que a nossa cidadania é celestial.
Quando a Esquerda Se Apropria da Cruz
Agora vamos para o outro lado: os progressistas "cristãos" que querem transformar a igreja em um comitê de direitos humanos e militância política.
Para essa galera, Jesus não veio para salvar pecadores, Ele veio para protestar contra opressores e redistribuir riqueza.
O evangelho foi reduzido a uma pauta de inclusão social, onde todo mundo é bem-vindo, desde que ninguém fale sobre pecado, juízo ou santidade.
Eles adoram falar sobre amor, mas o amor deles é seletivo. Pregam sobre acolhimento, mas cancelam qualquer um que pense diferente.
Defendem "respeito", mas chamam de fanático qualquer um que acredite na santidade da Bíblia.
Para essa turma, o maior problema da igreja não é a apostasia, mas a falta de "diálogo".
Querem transformar a casa de Deus em um espaço seguro para qualquer tipo de pensamento, menos para a própria Palavra de Deus.
O teólogo Dietrich Bonhoeffer, que enfrentou um dos maiores regimes totalitários da história, denunciava o "graça barata", uma fé sem arrependimento, sem renúncia e sem cruz.
É exatamente isso que vemos hoje em muitas igrejas que se renderam à cultura do mundo.
A teologia deles é baseada no "Jesus revolucionário", que desafiava o sistema, mas ignoram completamente o Jesus que falava sobre inferno, arrependimento e nova vida.
Eles querem um evangelho sem cruz, sem sangue, sem renúncia. Querem um Deus que concorde com tudo e não exija nada.
E quando alguém aparece para lembrar que o verdadeiro evangelho exige transformação, chamam de discurso de ódio.
O Estrago Que Isso Tem Feito Na Igreja
Enquanto esses dois grupos brigam pelo monopólio da "verdadeira fé", a igreja de Cristo se fragmenta.
O que antes era uma missão clara – anunciar o arrependimento e a fé em Jesus – agora virou uma guerra cultural.
A Palavra de Deus foi trocada por discursos ideológicos, e o poder do Espírito Santo foi substituído pelo ativismo político.
O resultado? Um povo fraco, dividido e sem impacto real no mundo.
Crentes que deveriam estar orando, jejuando e pregando, agora passam o dia brigando na internet por político.
Igrejas que deveriam estar libertando almas do pecado, agora estão ocupadas promovendo agendas políticas.
Púlpitos que deveriam estar anunciando a verdade do evangelho, agora são palanques para discursos vazios.
As Igrejas que Já Abandonaram o Evangelho
E há aquelas igrejas que já desistiram de pregar a Palavra faz tempo. Suas paredes são pintadas de escuridão, refletindo exatamente o que carregam dentro de si.
Seu louvor mais parece um show secular, onde a presença de Deus dá lugar à experiência sensorial e emocional.
Suas mensagens são diluídas, pois não querem incomodar ninguém, não querem que ninguém sinta "peso na consciência". Afinal, o importante é se sentir bem, não é mesmo?
Há também aquelas que preferiram se tornar um braço da militância, onde a cruz foi substituída por bandeiras sociais.
Chamam-se "inclusivas", mas na verdade excluíram a verdade do evangelho.
Dizem aceitar todos, mas rejeitam a santidade.
São especialistas em relativizar a Bíblia para que ela se adapte ao gosto da plateia. Como Leonard Ravenhill dizia:
"A igreja hoje quer ser respeitável ao mundo, mas esqueceu de ser temida pelo inferno".
A Igreja Precisa Voltar para o Evangelho
Chega de infantilidade. Chega de idolatria política. O evangelho de Jesus Cristo não precisa da direita e não precisa da esquerda.
Ele não depende de governos humanos, não se curva a sistemas políticos e não muda conforme as tendências culturais. O evangelho é eterno, inegociável e suficiente.
Se você gastou mais tempo defendendo político do que pregando Cristo, você está errado.
Se você se incomoda mais com um adversário político do que com um pecador indo para o inferno, você está cego.
Se a sua paixão por um partido supera sua paixão pela Palavra de Deus, você está desviado.
Bibliografia
Schaeffer, Francis. "A Morte da Razão". Cultura Cristã, 2001.
Bonhoeffer, Dietrich. "Discipulado". Editora Vida, 2008.
Ravenhill, Leonard. "Por Que Tarda o Pleno Avivamento?". Betânia, 2004.
A igreja tem um chamado claro: pregar Cristo, resgatar pecadores e levar as pessoas a um encontro real com Deus.
Não fomos chamados para defender governos, mas para anunciar o Reino de Deus.
Se quisermos ver um verdadeiro avivamento, precisamos urgentemente abandonar essa idolatria política e voltar para o essencial: a Palavra, a oração, a santidade e o poder do Espírito Santo.
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